QUEM É ESSE MENINO? – Pergunte a José
José. O mais famoso de todos os Josés. Ele só tinha uma certeza: esse filho não era dele. Daí para frente, eram só dúvidas cruéis: como ela teve coragem de fazer uma coisa dessas? Ele a amava. Tinha planos para uma vida toda ao seu lado. Como enfrentaria o olhar de desprezo das pessoas, quando sua gravidez viesse à tona? E se a culpa recaísse sobre ele, embora fosse inocente?
De sua parte, restava o direito legal de pedir o apedrejamento da noiva. Só se conhecia uma forma de engravidar uma mulher até então.
Imagine o dia seguinte na carpintaria. Com o perdão do trocadilho, sua cabeça deve ter entrado em parafuso. Não era possível. Alguma coisa estava mal contada. Ele ainda a amava. Apesar de tudo, não quer prejudicá-la. Só tem uma saída: fugir. Sim, porque até que descobrissem a gravidez da noiva, ele estaria longe. Levaria consigo a culpa da história. Sofreria o dano. Iam pensar que ele fez aquilo e não quis assumir. Paciência. Pelo menos a vida de Maria ficaria preservada.
Quem sabe cansado do dia de trabalho e ainda muito mais exausto emocionalmente, José desmaia de sono. E aí vem a revelação que fez todo sentido, embora completamente improvável. O inexplicável tinha, enfim, uma explicação. Porque quando Deus está na história, a lógica humana vira loucura. A fé e a piedade de José o ajudam a superar aquele momento crítico em sua vida, quando tudo parecia desmoronar com um castelo de areia na praia.
“José, não tenha medo. Ela não te traiu. Você tem razão em confiar e amar essa moça. Receba-a como sua esposa querida, como a mulher de sua vida. Acorde. Parabéns! Você acaba de adotar o Emanuel, o Deus conosco. Você será seu “pai”, embora não tenha gerado. Ele veio para salvar o povo dos pecados deles”.
Tinha de ser alguém como José. Um homem de fibra, de caráter altruísta, que pensa nos outros antes de pensar em si mesmo. Que se dispõe a levar a culpa sozinho para preservar alguém a quem ama, mesmo antes de ter todas as respostas.
Mas só podia ser alguém como Jesus! Enquanto José adia seus planos, Jesus se reveste de humanidade. Enquanto José “esquece” o filho no Templo, Jesus está tratando dos “negócios do Seu Pai”. José pode construir móveis e até casas de madeira, Jesus vai preparar moradas eternas para quem nele crê.
De novo: o personagem mais incrível no Natal também não é José. Ele foi um baita cara. Um sujeito cujas atitudes e caráter são dignos de serem imitados. Um privilegiado. Um predestinado. Mas a cena e o enredo só se completam quando se sabe quem é o bebê que nasce na noite fria e escura de Belém.
Não foi por José que a milícia celestial se manifestou. Não foi por José que os pastores, avisados pelos anjos, procurou. Não foi José quem, cerca de dois anos mais tarde, recebeu a visita, os presentes e a adoração dos magos do Oriente.
Jesus não é apenas o personagem central do Natal, mas da História e da própria Criação. Sem Ele, nada do que foi feito se fez. Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Nada faz sentido sem Cristo. Todas as promessas de Deus têm em Jesus seu “sim” e seu “amém”.
Pergunte a José. Ele vai responder o que ouviu do anjo a respeito do menino desde a primeira vez: “Seu nome é Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”.
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