HOMESICK
Que passa muito tempo longe de casa ou precisa viajar muito, como é o meu caso, costuma sentir uma coisa no peito, uma sensação que vem de uma hora para outra, sem muito aviso. É saudade, vontade de voltar para casa. Tem uma palavra em inglês interessante que define isso: homesick. “Doente” pra ir pra casa”. É aquela falta de algo que amamos. É aquela sensação de que você precisa reencontrar pessoas, lugares e experiências que deixou para trás, mas que você jamais pode esquecer.
Com a tecnologia de hoje é possível abrandar o sentimento. Você consegue ligar, ver a pessoa, quase como se estivesse presente. Quase. Mas nem tanto. Ajuda, mas não resolve. Encontrei nesta viagem muitas pessoas que estão há anos separadas de pais, amigos, irmãos, netos ou sobrinhos. Podem falar com eles todos os dias por Whataspp, Skype ou o que seja. E continuam “homesick”.
Fico pensando se não é mais ou menos a mesma coisa que sentimos em relação ao céu. É paradoxal sentir falta de um lugar onde nunca estivemos. Mais especificamente, há Alguém que conhecemos bem, embora nunca o tenhamos visto com os olhos naturais. Podemos falar com Ele todos os dias. Ouvimos Sua voz suave e mansa falando por Sua Palavra. Mas não é a mesma coisa do que será naquele grande dia.
Ali, a fé vai se mudar em vista. Hoje “vemos apenas um reflexo obscuro, como se fosse num espelho”. Mas quando estivermos em casa, “veremos face a face”. Precisamos disso. Nascemos para isso. Nossa esperança não é apenas a respeito de um lugar: trata-se de uma Pessoa. Ele foi à nossa frente para “nos preparar lugar”, mas o que interessa mesmo é a parte do “para que onde eu estiver, vocês estejam também”.
Ah, estamos indo pra casa!