BLOG DO ALVO

CRÔNICAS DE MOÇAMBIQUE 5 – QUANDO A EQUIPE É UMA EQUIPE

Estamos de volta ao Brasil. Foram 12 dias intensos e produtivos. Vivemos experiências incríveis. Aprendemos muito. Nosso foco era o trabalho missionário, que envolveu atendimento médico-odontológico, evangelização de crianças, treinamento de líderes, pastores e professores de crianças. Tudo o que foi planejado, pela graça de Deus, foi realizado de uma forma ou de outra. Como disse um ex-presidente norte-americano, “se o que fizemos não foi o melhor, foi o melhor que poderíamos fazer”. É hora de fechar os relatórios, fazer uma análise geral e planejar o próximo passo.

Na condição de diretor do Instituto Alvo, recaía sobre mim boa parte da responsabilidade por essa viagem. O que no início envolvia somente dois professores, de repente evoluiu para um grupo multidisciplinar de quase 20 pessoas, com idades variando entre 14 e 72 anos e a parceria de toda uma igreja! Havia mais variáveis do que estávamos planejando lidar.

Ao fim da jornada em Moçambique, fico com a extraordinária sensação de que propor esse projeto foi uma das coisas mais acertadas que fizemos em nosso Ministério. Não apenas por causa do impacto causado nas vidas das pessoas com quem tivemos contato, mas também, em grande medida, pela equipe excepcional que conseguimos formar.

Quem me acompanha, sabe que costumo fazer uma diferença entre voluntários e servos. Na minha concepção, voluntários são aqueles que, mesmo identificados com uma causa, fazem o que querem, quando querem e por que querem. Não recebem nada por isso, então muitas vezes consideram que não precisam prestar contas nem seguir regras. Servos têm outra maneira de encarar as coisas. Também são comprometidos com uma causa e também não trabalham por dinheiro ou recompensa. A diferença é que eles fazem o que é necessário, quando é necessário, do jeito que for necessário.

Ficou muito claro para mim que não levamos para a África uma equipe de “voluntários”, mas um time de servos. Cada um fez o que pode, mesmo quando as condições não eram as ideais ou quando as coisas saíram do planejado. Encararam com uma atitude correta os pequenos revezes ou eventuais decepções. Não houve reclamações, embora é evidente que nem tudo foi céu de brigadeiro. Não houve nenhum “Neymar” entre nós. A única estrela a brilhar foi a “brilhante estrela da manhã”, Cristo Jesus.

Reafirmei a lição de que não devemos subestimar os mais jovens nem superestimar os mais experientes. O que vale não é a experiência, mas o coração. Nosso olhar para jovens e adolescentes deve ser mais de esperança do que de desconfiança. Temos tesouros escondidos em vasos de barro. A função de um líder é trazê-los à luz, pela graça de Deus.

O desafio agora é conseguirmos montar uma equipe tão boa quanto essa para a próxima viagem. Portas estão se abrindo. Queremos entrar por elas, se o Senhor permitir, levando mais gente com espírito de servo para ser trabalhada por Deus e para Deus.