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Crônicas de Moçambique 3 – O QUE SE LEVA DE UMA VIAGEM MISSIONÁRIA

Desembarcamos em Moçambique no fim de junho, trazendo quase 400 Kg na bagagem. Livros, kits odontológicos, óculos, roupas. Na carteira, alguns dólares para as despesas de estadia. Repelente, roupas longas, camisas amarelas (para o caso de o Brasil jogar…), muito planejamento e expectativas sobre o que cada um ia trazer para abençoar os queridos irmãos moçambicanos.

Tínhamos planos, ideias, sugestões, desejo de servir. Uma equipe múltipla e gabaritada (sobre a qual também haverá de sair uma crônica) estava “na ponta dos cascos” para entrar em ação. Cada um em sua área, no seu dom, com seu talento, disposto a servir e a compartilhar.

Quando um projeto missionário se inicia no campo, muita coisa muda de figura. Apesar de que algumas coisas exigirão jogo de cintura e flexibilidade, as expectativas de servir ao povo local vão muito além do que poderia ser previsto. Você sempre acabará trazendo muito mais do que levou. Vai aprender mais do que é capaz de ensinar. Vai ser impactado fortemente pelo que vai ver, ouvir, sentir e experimentar.

Que alegria ver nossas filhas adolescentes servindo e chegando ao fim do dia exaustas, mas ainda dispostas a rir de si mesmas e a levar um fim de tarde com bom humor. Que privilégio ver professores e professoras se esforçando por comunicar as verdades de Deus da melhor forma possível. Que prazer ver profissionais se desdobrando para enfrentar surpresas e adversidades com a calma e segurança de que Deus está no controle.

Você pode calcular os custos de uma viagem missionária, mas nunca poderá contabilizar seus efeitos na vida de todos os envolvidos. De quem viaja e de quem mora. De quem vai e de quem envia.

Jesus, como sempre, tinha razão: dar é mais bem-aventurado do que receber. Sempre. Em qualquer lugar. Em qualquer contexto. Em qualquer cultura.